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Por Paulo Mancha

Até alguns anos atrás, estádio de futebol significava para nós, brasileiros, apenas um amontoado de concreto – geralmente mal conservado – com um gramado no meio. A única razão para alguém se deslocar até lá era o jogo de futebol prometido para o fim de semana. No resto do tempo, o estádio era uma casa mal assombrada: vazia, fria, inóspita, soturna…

Esse cenário só começou a mudar em 2014, quando foram inaugurados os novos estádios para a Copa do Mundo do Brasil. Mas é um fenômeno novo, e o brasileiro ainda não se acostumou a ele. Uma consequência disso é o desinteresse em relação aos “templos sagrados do esporte”. É comum nossos turistas irem a Londres, passarem ao lado de Wembley, e não pararem para conhecer. Idem para Roland Garros, em Paris, ou para o Yankee Stadium, em Nova York.

Estádio Wembley, em Londres
Estádio Wembley, em Londres

Um desperdício! Afinal, em todos esses casos, há tours diários para visitantes. Por valores como US$ 30 ou € 20, você é conduzido a um passeio de uma hora por um guia especializado (muitas vezes um historiador ou atleta das antigas). Dá para tirar foto dentro do gramado, conhecer os vestiários (quase sempre repletos de camisas de jogadores famosos), as cabines de imprensa, os camarotes VIP, loja de artigos esportivos, a sala de troféus, o museu do clube ou do esporte em questão, o hall da fama…

Nos bastidores do Stade Velodrome em Marselha, na França
Nos bastidores do Stade Velodrome em Marselha, na França

E o melhor: você pode conversar com gente que tem a mesma paixão. Nunca me esquecerei do guia – já bem idoso – que me conduziu no icônico Estádio Anfield, na Inglaterra, declamando uma preleção do lendário Bill Shankly, o mais célebre técnico do Liverpool F.C.. Ou do bate-papo que tive com a minha anfitriã no Levi’s Stadium, de São Francisco (EUA): era uma senhora de uns 60 anos, entusiasmada ao me contar como foi ser fã do San Francisco 49ers nos anos 1970 e como foi ver Joe Montana arrasar nos anos 1980.

O Circuit of The Americas, em Austin, nos EUA
O Circuit of The Americas, em Austin, nos EUA

Tive dezenas de experiências assim. Se você me permite sugerir alguns “stadium tours” imperdíveis, eu indicaria os de Wembley (Londres), Anfield (Liverpool), La Bombonera (Buenos Aires), AT&T Stadium (Dallas), Fenway Park (Boston), Levi’s Stadium (San Francisco/Santa Clara), Camp Nou (Barcelona), o Estádio Olímpico (Berlim), Madison Square Garden (Nova York) e Roland Garros (Paris).

O lindo Rogers Centre em Toronto, no Canada

Ah, e vale lembrar que o Allianz Parque e a Arena Corinthians, ambos em São Paulo, têm tour guiado nos moldes internacionais. Uma excelente iniciativa que, espero, deixe de ser exceção em breve.

Na sua próxima viagem, não se esqueça de colocar um estádio no itinerário. Seja ele qual for. Se você gosta de esportes, vai se divertir e ter muito para contar aos amigos na volta.

 

Paulo Mancha D’Amaro é jornalista especializado em turismo e comanda o blog Viajando por Esporte

 

Sobre o autor

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