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Sou filha de pai jornalista, e que há mais de 20 anos atua voltado para o segmento de Turismo. Lembro de ainda menina gostar de olhar as fotografias dos lugares que ele ia. E pensar: um dia será a minha vez! Creio que era por conta do coração e alma de viajante que vi de fato despertar quando resolvi também ser jornalista, pois eu queria escrever sobre o que o mundo tinha a oferecer. Pessoas, culturas, gastronomia… São tantas as possibilidades. Aliás, é esse trio que mais me encanta em viagens.

Tento me guiar sempre por uma das obras mais brilhantes na minha concepção: Na Natureza Selvagem, de Jon Krakauer, sobre a jornada de Christopher McCandless através da América do Norte rumo ao Alasca. Tiro deste livro, e que depois virou filme, algumas das frases que me motivam: “Felicidade só é real quando compartilhada” e “[…] nas experiências, lembranças, na grande e triunfante alegria de viver na mais ampla plenitude que o verdadeiro sentido é encontrado”. Pois viajar é isso, é colecionar experiências.

As deslumbrantes montanhas da Noruega

Não somos árvores para criar raízes, temos sim que cair no mundo o quanto pudermos, só assim seremos capazes de compreender melhor a nós mesmos. Pois viajar é um ato de autoconhecimento. Sou grata por cada uma das experiências que tive, foram muitas primeiras vezes, sendo que algumas delas eu jamais me imaginei fazendo. E por falar nelas selecionei algumas que considero as mais marcantes.

A começar pela primeira vez que andei de avião, aos 10 anos, rumo a Orlando. Uma das melhores lembranças que tenho. E, curiosamente, todas as vezes que voltei adulta sempre tive a mesma sensação de alegria da infância. Uma década depois e lá estava eu tendo minha segunda grande primeira vez, agora descobrindo a Europa. E não poderia ter sido melhor, logo de cara a Alemanha. Que país incrível. Era o despertar da minha chamada paixão germânica. Um caso de amor até hoje.

Minha certeza como viajante, no entanto, foi em Roma, em 2008, recém-formada e no primeiro emprego na área. Me vi emocionada a cada esquina da Cidade Eterna, e confesso: chorei ao entrar no Coliseu. Tocou a alma, e é justamente isso que viajar deve nos fazer sentir. Neste mesmo ano outra experiência na lista de memoráveis foi o choque cultural ocidente x oriente vivido em Hong Kong. Tudo bem que brincam que lá nem é China de verdade, mas para quem nunca tinha ido assim tão longe, podem imaginar como foi.

Laguna Miñiques no deserto do Atacama, no Chile

É uma sinfonia de contrastes. E recomendo ir de mente aberta, principalmente com relação a gastronomia. Minha dica: prove antes de saber o que é. Foi o que fiz, tendo em vista que minha única solicitação foi: não me sirvam cachorro! Optar por comer primeiro e saber depois foi a melhor decisão, comi sem frescuras.

No quesito beleza natural foram muitos os destinos que me fizeram ficar boquiaberta, mas um deles teve um gostinho especial, o Deserto do Atacama. E, novamente, uma primeira vez, no caso viajando pela América do Sul. Que lugar! Gosto de dizer que é quase um universo paralelo de tão surreal. Vulcões, gêiseres, dunas, formações rochosas, cânions, cactos gigantes, flamingos, fontes termais, piscinas de águas vulcânicas, belas lagoas e salares compõem o impressionante panorama desse destino chileno onde a diversidade é enorme e as belezas parecem não ter fim. Por isso vá – ao menos uma vez nada vida.

Quando o assunto é adrenalina, posso dizer que sempre tenho minhas cotas. E não me considero uma pessoa muito corajosa, mas me transformo em viagens e encaro o que pintar. Nessas me vi escalando por duas vezes vulcões, em Santorini e no Havaí. Subi a terceira maior pirâmide do mundo, a do Sol no complexo Teotihuacan, na Cidade do México. São 248 degraus! Admirei do alto de uma plataforma os imponentes fiordes noruegueses. E também o Grand Canyon, nos Estados Unidos. Atinge o topo da Europa, ao visitar a montanha Jungfrau, na Suíça. E “voei” através da mais rápida e longa tirolesa da Europa, no País de Gales. Recomendo tudo que faça seu coração bater mais rápido e te provocar arrepios. Nunca deixe de fazer nada por medo. Esse é o lema.

Grand Canyon, uma maravilha a céu aberto

Tais experiências foram tão marcantes quanto as mais tranquilas, por assim dizer. Como ver neve pela primeira vez. Aprender a fazer chocolate na Bélgica e na Suíça. Nadar com golfinhos. Acordar de madrugada para ver o sol iluminar a Mesquita de Córdoba na Espanha. Admirar o pôr do sol na Casapueblo em Punta del Este, no Uruguai. Fazer uma roadtrip entre Los Angeles e Las Vegas, nos Estados Unidos. Respirar o luxo e glamour do Principado de Mônaco. Ter uma noite digna de princesa ao participar de um baile em Viena, na Áustria. Redescobrir Lisboa ao lado do meu pai, já que somos descendentes de portugueses… São tantos momentos memoráveis em viagem. Pois não há lugar ruim, existe experiência mal vivida.

Como bem cantou Rita Lee: “Tem lugares que me lembram minha vida, por onde andei. As histórias, os caminhos. O destino que eu mudei”. Entenda que viver é somar aprendizados e experiências, e, para mim viajar é a melhor das possibilidades de coletar isso. Não à toa tatuei mais de uma vez essa paixão na pele e me considero uma cidadã do mundo. Sinto até agonia quando fico muito tempo sem viajar. Bate uma inquietação. Que Mário Quintana explica bem: “Viajar é trocar a roupa da alma”. Fato! Por isso colecione momentos e não coisas. O que não se paga sempre tem mais valor.

Por Carolina Maia do Travelpedia

 

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